Pseudocisto de pâncreas
Os pseudocistos pancreáticos são cistos que se formam em até 75% dos casos de pancreatite aguda, em média 20% dos casos. Embora 75% deles sejam assintomáticos, os 25% restantes apresentam-se com dor, náuseas, vômito, e mais raramente icterícia. O pseudocisto nunca se forma antes da segunda semana do episódio aguda da pancreatite, em geral mais. O tamanho do pseudocisto é variável, de pequeno a grande, a sua localização pode ser no corpo, na cabeça ou na cauda do pâncreas, e, até mesmo, à distância do pâncreas.
Os pseudocistos pancreáticos, também chamados de cistos pós-necróticos, mais freqüentemente se associam à pancreatite aguda necrotizante. Os pseudocistos formam-se como conseqüência da rotura de um ducto pancreático. A resposta inflamatória provoca uma tentativa de o organismo bloquear o derrame de suco pancreático (altamente digestivo para os tecidos). O encapsulamento de uma área de tecido desvitalizado, ou necrótico, restos inflamatórios e líquido de edema, pode se dar dentro dos limite do pâncreas, ou adjacente a ele, ou, mesmo, em tecidos próximos. A membrana limitante é formada por tecido inflamatório e de granulação, que demora 6 ou mais semanas para se organizar consistentemente. É nessa ocasião, quando a parede do pseudocisto está bem organizada, “madura”, que se torna mais segura uma eventual cirurgia. Os pseudocistos da pancreatite aguda tendem a se localizar na cauda pancreática. O pseudocisto pode ou não se comunicar com o ducto pancreático como ilustra a figura.
Diagnóstico
Do ponto de vista laboratorial, o médico deve suspeitar da formação de um pseudocisto se o paciente apresentar elevação da amilase sérica, que já estava normalizada. Se houver infecção, no hemograma encontra-se leucocitose, e desvio para esquerda; e a hematimetria mostrará anemia aguda. Se as bilirrubinas e a fosfatase alcalina estiverem altas, indicarão obstrução biliar.
O exame ultra-sonográfico é importante para diagnósticar e seguir a evolução de um pseudocisto, mas informações mais aprimoradas dependerão da tomografia computadorizada e da ressonância magnética.
Tratamento
Se o cisto evoluir sem apresentar complicações, nem adquirir grande volume e permanecer assintomático, a conduta é acompanhar sem intervir. A taxa de regressão espontânea, em cistos com menos de 6 semanas, é da ordem de 60%. O tratamento dietético tem papel fundamental, e a nutrição parenteral total ou enteral sem está indicada, especialmente nos casos mais graves. Os psudocistos pancreáticos podem evoluir de diversas formas: a) regredindo sem nenhuma sintomatologia; b) regredindo após se romperem em um órgão vizinho, ou na cavidade peritoneal ou pleural; c) persistirem sem sintomas, ou apresentando complicações.
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