Sacroilites

Sacroiliíte é o processo inflamatório não-infeccioso das articulações sacroilíacas, sendo critério diagnóstico das espondiloartropatias soronegativas. O diagnóstico desta enfermidade requer confirmação pelos métodos de imagem.
As articulações sacroilíacas são, freqüentemente, sede de dor lombar ou lombociatalgia, vista comumente na prática clínica diária, sendo o processo inflamatório não-infeccioso — a sacroiliíte — a causa mais comum de doença nesta topografia.

As espondiloartropatias soronegativas são subdivididas e diferenciadas basicamente pelo seus aspectos clínicos, sendo classificadas em cinco entidades distintas: espondilite anquilosante, artrite reativa, artrite psoriásica, artrite relacionada a doença intestinal inflamatória crônica e espondiloartropatia indiferenciada. O envolvimento inflamatório das articulações sacroilíacas é um critério diagnóstico destas entidades.

As espondiloartropatias ocorrem mais comumente em pacientes jovens, sendo de suma importância o diagnóstico precoce, para instituição de terapia adequada, visando melhorar o prognóstico e a capacidade laborativa destes pacientes.

Na maioria das vezes o diagnóstico clínico da sacroiliíte é difícil, dependendo substancialmente da confirmação dos achados radiológicos, em que a radiografia convencional e, atualmente, a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) assumem papel primordial.

Anatomia

A articulação sacroilíaca possui uma anatomia bicompartimental complexa. A sua porção sinovial tem orientação vertical, enquanto a porção ligamentar apresenta orientação horizontal oblíqua demonstraram que a porção sinovial é, histologicamente, uma sínfise com características sinoviais restrita apenas à porção distal de sua face ilíaca.

Vários artigos afirmam que os cortes coronais oblíquos demonstram melhor a porção sinovial vertical. Outros demonstraram que os cortes axiais oblíquos evidenciam melhor a anatomia bicompartimental desta articulação, assim como algumas variações anatômicas, facilitando a interpretação dos achados de imagem.

O espaço articular normal da articulação sacroilíaca mede de 2,5 mm a 4,0 mm, com média de 3,0 mm.

A radiografia convencional é o método de imagem ainda mais usado na prática clínica. Não há consenso internacional quanto à melhor técnica e incidência para avaliação radiográfica da articulação sacroilíaca. As incidências mais usadas no nosso meio são a ântero-posterior com angulação caudal do raio de 25–30° e oblíquas, na tentativa de minimizar a sobreposição de estruturas, facilitando assim a interpretação do exame.

A principal limitação da radiografia é a baixa sensibilidade na detecção de anormalidades nos estágios iniciais da doença. Os sinais radiográficos nas sacroiliítes aparecem após três a sete anos do início dos sintomas, estando então alterados somente na fase crônica do processo.

Os principais achados radiográficos são erosões ósseas, alteração do espaço articular, esclerose subcondral e anquilose.

Avaliando um paciente com suspeita de sacroiliíte, podemos classificar a articulação sacroilíaca em cinco graus radiográficos diferentes (critérios de Nova York modificados): grau 0 – normal; grau 1 – alterações suspeitas, porém não claras; grau 2 – pequenas erosões e esclerose, porém sem alteração no espaço articular; grau 3 – erosões e esclerose, com alargamento ou redução do espaço articular; grau 4 – anquilose.

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