Escafóide

A importância da fratura do escafóide reside no fato de ser o osso do carpo mais frequentemente fraturado, muitas vezes de difícil diagnóstico e por necessitar de períodos prolongados de imobilização gessada, devido, em parte, à sua peculiar vascularização. A pobreza de sinais e de sintomas faz com que o paciente não procure assistência médica, e quando o faz, em algumas ocasiões o diagnóstico clínico e radiológico não são realizados pelo mesmo motivo. Esse tipo de fratura pode não apresentar evidências na radiografia simples até quatro semanas após o trauma. As fraturas do escafóide apresentam índice de consolidação superior a 90% quando diagnosticadas precocemente e tratadas corretamente. Aquelas com desvio ou associadas a instabilidades cárpicas apresentam pior resposta ao tratamento clínico.


ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA

O escafóide é, por sua anatomia e localização, o osso do carpo mais vulnerável aos traumatismos,em impactos com a mão espalmada e o punho em extensão . Esta situação é observada em quase todas as quedas, na tentativa inconsciente de proteção de outros segmentos do corpo. Aproximadamente, 80% do escafóide são revestidos por cartilagem; nas áreas restantes, ocorre a penetração de vasos que garantem a peculiar nutrição do escafóide. Existem três grupos de vasos convergindo para o escafóide, penetrando no nível da tuberosidade ou da cintura. Foram denominados látero-volar, dorsal e distal, sendo todos provenientes da artéria radial e/ou de seu ramo palmar superficial, em diferentes níveis(Fig. 2).

 O aporte sanguíneo intra-ósseo é realizado por arcadas vasculares que vão se tornam do mais delgadas à medida que se aproximam da periferia do osso. Os sistemas vasculares látero-volar (aparentemente o principal) e dorsal são responsáveis por suprir os dois terços proximais do escafóide, e o sistema distal é responsável por suprir a região da tuberosidade .Devido à pobre circulação no pólo proximal, as fraturas localizadas nesta região apresentam pior prognóstico e uma chance maior de evoluírem com necrose asséptica.



Classificação

Podem orientar com relação ao tipo de tratamento e ao prognóstico. Dependendo da localização e do tipo de traço das fraturas, podem-se esperar diferentes evoluções.
A)Quanto à localização do traço (Fig. 3):

– Terço proximal
– Terço médio (cintura)
– Terço distal



B)Quanto ao tipo do traço (Fig. 4):
- Transverso
– Oblíquo Horizontal
– Oblíquo Vertical
As fraturas do terço proximal, com pior vascularização, e aquelas que apresentam traço oblíquo vertical, mais instáveis, são as de pior prognóstico com relação à consolidação e ao desenvolvimento de complicações.

Diagnóstico

A) Clínico
– Edema
–Dor sobre tabaqueira anatômica
–Dor à palpação da tuberosidade do escafóide
–Dor à manobra de pistonagem

B) Exames Complementares
–Radiografia simples (figuras 8,9,10 e 11)





– Tomografia computadorizada
– Ressonância magnética (figura 12)


Complicações:

Pseudoartrose – A maior parte das vezes ocorre devido à falta de diagnóstico ou de tratamento, com tipo ou tempo de imobilização inadequados. Fraturas de polo proximal ou associadas a instabilidades cárpicas têm maior tendência à não consolidação.

Necrose asséptica – não é observada tão frequentemente, como a pseudartrose, e ocorre, na maior parte das vezes, em fraturas do polo proximal e, eventualmente, nas fraturas do terço médio, devido à vascularização peculiar do escafóide.

Osteoartrose – evolução esperada para as fraturas, pseudartroses e necroses assépticas de escafóide não tratadas. Ocorre devido à perda da harmonia no complexo mecanismo de movimento observado entre os ossos do carpo, associada às alterações anatômicas,com encurtamento do escafóide e migração proximal do captato.

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