SEGMENTAÇÃO HEPÁTICA



       O estudo da anatomia funcional permite a segmentação hepática baseada na distribuição dos pedículos porta e a localização das veias hepáticas. O fato de a ligadura dos ramos venosos terminais provocar necrose do parênquima hepático drenado por estas veias , apesar do fluxo mantido pela veia porta e pela artéria hepática, demonstra a importância das veias hepáticas e a necessidade de considerá-las na hora da divisão segmentar.

        As três veias hepáticas dividem o fígado em 4 setores, cada um dos quais recebe um pedículo porta. Os 4 setores individualizados pelas 3 veias hepáticas são chamados de setores porta, porque são supridos por pedículos porta independentes. Pela mesma razão, as cisuras contendo as veias hepáticas são chamadas de cisuras porta, enquanto as cisuras contendo os pedículos porta são chamadas de cisuras hepáticas. A fissura umbilical corresponderia a cisura hepática.

        O fígado é dividido em lobos direito e esquerdo pela cisura porta principal, chamada de linha de Rex-Cantlie, que se origina na fossa da vesícula biliar e corre em direção cranial e posterior, paralela a e 4 cm  a direita do ligamento falciforme, até a veia cava inferior, na junção das veias hepáticas direita e esquerda. Os lobos direito e esquerdo são independentes quanto a vascularização arterial e porta e quanto a drenagem biliar. a veia hepática média se situa nessa cisura porta principal.

        OS lobos direito e esquerdo são, por sua vez, divididos em 2 partes por outras 2 cisuras. Essas 4 subdivisões são chamadas de setores, pela nomeclatura de Couinaud. a cisura porta direita, por onde corre a veia hepática direita, divide o lobo direito em 2 setores: ântero-medial e póstero-lateral. A localização exata da cisura não está bem estabelecida porque não há marcadores na superfície hepática, mas ele está num plano que começa anteriormente, a meio caminho entre a borda hepática direita e a borda direita da fossa da vesícula biliar, passando posteriomente, num ângulo de 45°, para a junção da veia hepática direita com a veia cava inferior. Cada setor é dividido em 2 segmentos. o setor ântero-medial tem o segmento V anteriormente e o segmento VIII em posição póstero-superior, enquanto o setor póstero lateral tem o segmento VI em posição inferior e o segmento VII em posição superior. O lobo esquerdo é dividido em 2 setores, anterior e posterior, pela cisura porta esquerda, por onde corre a veia hepática esquerda. O setor anterior é dividido pela fissura umbilical em segmento IV, parte anterior do qual é o lobo quadrado, e segmento III. O setor posterior é composto pelo segmento I, o lobo caudado, e pelo segmento II.

        O segmento I, o lobo de Spighel, é considerado autônomo do ponto de vista funcional, porque recebe vascularização tanto do ramo direito como do ramo esquerdo da veia porta e da artéria hepática. As suas veias drenam diretamente para a veia cava inferior. Em algumas circunstâncias, como na Síndrome de Budd-Chiari, onde tem obstrução das principais veias hepáticas, a drenagem sanguínea passa pelo segmento I, que se hipertrofia.

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