Nomenclatura Anatômica
Utilização da Terminologia Anatômica
Sabemos que a área da saúde apresenta uma linguagem própria. Pessoas que escutam profissionais da área conversando não compreendem nada. Alguns amigos relatam que conversamos em código, para que o paciente não saiba o que se passa. Claro, são comentários leigos. Nossa terminologia possui embasamento secular. Foi padronizada, permitindo a comunicação clara entre profissionais de diversas partes do mundo. A base da linguagem empregada ao corpo humano está na Anatomia. Uma disciplina básica do currículo da saúde estuda por todos os profissionais que decidiram se embrenhar na área . Entretanto, percebemos que a resistência na utilização da terminologia oficial é grande. Muitos profissionais não se atualizam. Os motivos para isso são muitos, como: falta de tempo, falta de informação, comodismo ou até mesmo “sempre me fiz assim, porque mudar? o termo correto é apenas um detalhe!”. Bem amigos, acho oportuno dizer que profissionais se diferenciam dos demais por detalhes. Ou melhor, aproveitarei para relembrar uma passagem triste “Perdemos o jogo para Holanda por detalhes”. Detalhes são fundamentais, nos diferenciam no mercado extremamente competitivo. Por isso resolvi postar esse assunto, e levá-los a uma reflexão maior sobre isso.Muitos clínicos utilizam os consagrados e epônimos. Nomes próprios empregados para denominar estruturas do corpo humano. Conhecemos diversos, não apenas os profissionais da saúde, mas em geral. Quem nunca ouviu: “Estou com dor no meu tendão de Aquiles!”.
Alguns são extremamente conhecidos, outros, entretanto, são conhecidos apenas por seus especialistas: Anel de Zinn, Canal de Hunter, Ducto de Wirsung e Círculo de Willis. São alguns termos muito utilizados por especialistas.
Atualmente, no ensino da Anatomia, os epônimos ficaram de lado, devido à uma determinação do Comitê Internacional de Nomenclatura Anatômica, em 1955, proibindo a utilização dos epônimos na nomenclatura macroscópica.
A proibição dos epônimos facilitou a comunicação. Uma estrutura anatômica as vezes tinha diversos epônimos relacionados. Mas, a proibição enfraqueceu a tradição histórica ou a busca por cultura. Vou citar o exemplo do tendão de “Aquiles”.
Aquiles foi um guerreiro, personagem forte na guerra de Tróia. Sua mãe a ninfa Tetis tentou torná-lo imortal. Levou Aquiles para o rio Estige (um dos rios de Hades, o rio da imortalidade). Mas, Tetis mergulhou o Aquiles segurando-o pelo calcanhar, e essa área não entrou em contato com o rio, tornando-se o ponto fraco de Aquiles.
A utilização de epônimos valoriza o histórico, ou premiava o descobridor e descritor da estrutura anatômica. A argumentação forte que retirou os epônimos foi à imprecisão científica. Vejam o termo: Trompa de Eustachio, não quer dizer nada! Não é informativo, descritivo, é muito mais adequado utilizar tuba auditiva, que pelo nome nos dá idéia de sua localização.
A terminologia prioriza termos que indicam forma, localização e posição, facilitando sua memorização e aplicação.
Bom se esse foi o único problema. É certo que muitos profissionais utilizam os epônimos e não vão parar de utilizar. O problema se agrava quando o termo anatômico é utilizado de maneira incorreta.
Na Radiologia é muito comum essa máxima: “Vamos realizar agora cortes axiais”. O termo axial vem de axis, do latim eixo. Todos os cortes são realizados sobre um eixo. O corte sagital é realizado sob o eixo transversal. O corte frontal (coronal) é realizado sob o eixo sagital. O corte horizontal (transversal) é realizado sob o eixo longitudinal. Portanto, todos os cortes são axiais!
Outros termos, detalhes, como diriam os meus alunos são: vértebras dorsais. Alguns relatam: “professor a coluna dorsal da paciente estava um terror!”. Vamos analisar terminologicamente essa frase.
O aluno se referiu à coluna vertebral. Frequentemente profissionais utilizarem: coluna cervical, coluna torácica e coluna lombar. Terminologicamente, coluna vertebral nós só temos uma, dividida em partes. Relatar coluna cervical, torácica e lombar, nos passa a impressão de termos três colunas e não uma. O correto é partes cervical, torácica e lombar da coluna vertebral.
Continuamos a análise, pois o pior está por vir. O aluno referiu coluna DORSAL. Utilizou o termo dorsal como sinônimo de torácico. O dorso é a região posterior do tronco, sua parte óssea é a coluna vertebral. Portanto, todas as vértebras estão no dorso, sendo assim, todas as vértebras são dorsais. Esse termo não pode ser utilizado como sinônimo.
Os exemplos não param por ai. São muitos, como: grandes lábios (certo: lábios maiores, com o adjetivo depois do substantivo), bacia como sinônimo de pelve ou utilizar o termo quadril. Quadril se restringe a articulação entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, e a pelve a região inferior do tronco, formada pelos ossos do quadril, sacro e cóccix.
Sabemos que a área da saúde apresenta uma linguagem própria. Pessoas que escutam profissionais da área conversando não compreendem nada. Alguns amigos relatam que conversamos em código, para que o paciente não saiba o que se passa. Claro, são comentários leigos. Nossa terminologia possui embasamento secular. Foi padronizada, permitindo a comunicação clara entre profissionais de diversas partes do mundo. A base da linguagem empregada ao corpo humano está na Anatomia. Uma disciplina básica do currículo da saúde estuda por todos os profissionais que decidiram se embrenhar na área . Entretanto, percebemos que a resistência na utilização da terminologia oficial é grande. Muitos profissionais não se atualizam. Os motivos para isso são muitos, como: falta de tempo, falta de informação, comodismo ou até mesmo “sempre me fiz assim, porque mudar? o termo correto é apenas um detalhe!”. Bem amigos, acho oportuno dizer que profissionais se diferenciam dos demais por detalhes. Ou melhor, aproveitarei para relembrar uma passagem triste “Perdemos o jogo para Holanda por detalhes”. Detalhes são fundamentais, nos diferenciam no mercado extremamente competitivo. Por isso resolvi postar esse assunto, e levá-los a uma reflexão maior sobre isso.Muitos clínicos utilizam os consagrados e epônimos. Nomes próprios empregados para denominar estruturas do corpo humano. Conhecemos diversos, não apenas os profissionais da saúde, mas em geral. Quem nunca ouviu: “Estou com dor no meu tendão de Aquiles!”.
Alguns são extremamente conhecidos, outros, entretanto, são conhecidos apenas por seus especialistas: Anel de Zinn, Canal de Hunter, Ducto de Wirsung e Círculo de Willis. São alguns termos muito utilizados por especialistas.
Atualmente, no ensino da Anatomia, os epônimos ficaram de lado, devido à uma determinação do Comitê Internacional de Nomenclatura Anatômica, em 1955, proibindo a utilização dos epônimos na nomenclatura macroscópica.
A proibição dos epônimos facilitou a comunicação. Uma estrutura anatômica as vezes tinha diversos epônimos relacionados. Mas, a proibição enfraqueceu a tradição histórica ou a busca por cultura. Vou citar o exemplo do tendão de “Aquiles”.
Aquiles foi um guerreiro, personagem forte na guerra de Tróia. Sua mãe a ninfa Tetis tentou torná-lo imortal. Levou Aquiles para o rio Estige (um dos rios de Hades, o rio da imortalidade). Mas, Tetis mergulhou o Aquiles segurando-o pelo calcanhar, e essa área não entrou em contato com o rio, tornando-se o ponto fraco de Aquiles.
A utilização de epônimos valoriza o histórico, ou premiava o descobridor e descritor da estrutura anatômica. A argumentação forte que retirou os epônimos foi à imprecisão científica. Vejam o termo: Trompa de Eustachio, não quer dizer nada! Não é informativo, descritivo, é muito mais adequado utilizar tuba auditiva, que pelo nome nos dá idéia de sua localização.
A terminologia prioriza termos que indicam forma, localização e posição, facilitando sua memorização e aplicação.
Bom se esse foi o único problema. É certo que muitos profissionais utilizam os epônimos e não vão parar de utilizar. O problema se agrava quando o termo anatômico é utilizado de maneira incorreta.
Na Radiologia é muito comum essa máxima: “Vamos realizar agora cortes axiais”. O termo axial vem de axis, do latim eixo. Todos os cortes são realizados sobre um eixo. O corte sagital é realizado sob o eixo transversal. O corte frontal (coronal) é realizado sob o eixo sagital. O corte horizontal (transversal) é realizado sob o eixo longitudinal. Portanto, todos os cortes são axiais!
Outros termos, detalhes, como diriam os meus alunos são: vértebras dorsais. Alguns relatam: “professor a coluna dorsal da paciente estava um terror!”. Vamos analisar terminologicamente essa frase.
O aluno se referiu à coluna vertebral. Frequentemente profissionais utilizarem: coluna cervical, coluna torácica e coluna lombar. Terminologicamente, coluna vertebral nós só temos uma, dividida em partes. Relatar coluna cervical, torácica e lombar, nos passa a impressão de termos três colunas e não uma. O correto é partes cervical, torácica e lombar da coluna vertebral.
Continuamos a análise, pois o pior está por vir. O aluno referiu coluna DORSAL. Utilizou o termo dorsal como sinônimo de torácico. O dorso é a região posterior do tronco, sua parte óssea é a coluna vertebral. Portanto, todas as vértebras estão no dorso, sendo assim, todas as vértebras são dorsais. Esse termo não pode ser utilizado como sinônimo.
Os exemplos não param por ai. São muitos, como: grandes lábios (certo: lábios maiores, com o adjetivo depois do substantivo), bacia como sinônimo de pelve ou utilizar o termo quadril. Quadril se restringe a articulação entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, e a pelve a região inferior do tronco, formada pelos ossos do quadril, sacro e cóccix.
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